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Autoria: Ana Sofia Tavares, Enfermeira de Reabilitação 

O internamento prolongado pode provocar diferentes sequelas nomeadamente no foro respiratório, cardiovascular, cognitivo-comportamental, neuromotor, musculo-esquelético, entre outras.  O tempo de imobilidade no leito, a necessidade de ventilação invasiva/ não invasiva, a utilização de determinados fármacos, alterações na glicemia e défices nutricionais e/ou electrolíticos assumem-se como factores  potenciadores dessas mesmas sequelas. 

Existe uma condição particular que pode surgir após o  internamento , designada de  Síndrome de “desuso” ou de imobilidade. Tal como o nome indica, ocorre quando um doente passa muito tempo imóvel deixando de desempenhar as tarefas de outrora e estando dependente de terceiros.  Os músculos que usamos normalmente nos diversos movimentos do dia a dia “enfraquecem” e ocorre uma perda de massa muscular. Tudo isso terá impacto na capacidade de marcha/ caminhar (alterações do equilibrio e  sensibilidade) e maior cansaço na realização de esforços.  A perda de volume muscular (atrofia) e a sensação de fraqueza (perda de força) podem colocar verdadeiros entraves à conclusão de tarefas diárias como vestir/despir, utilização do WC, tomar banho, entre outras. 

Os internamentos resultantes de Covid-19 são um verdadeiro e actual  exemplo desta perda acentudada de massa muscular e consequente descondicionamento. Paralelamente, pelos efeitos ao nivel pulmonar exigem programas de reabilitação respiratória que graças a técnicas respiratórias específicas permitem melhorar a função pulmonar e aumentar a tolerância ao esforço. 

Estudos referem que sejam necessários 2 a 3 dias de exercício por cada dia de repouso no leito com o intuito de se voltar à força muscular prévia. 

Após a alta, e com o objectivo de promover o retorno às atividades de vida diária, pode ser recomendado a participação num programa de reabilitação tendo em vista a recuperação da autonomia e consequente reintegração sócio-familiar. Este deve ser iniciado de forma precoce, podendo ser aplicado no contexto de domicílio, de forma segura e eficaz. Entre outras vantagens, surge a possibilidade de reabilitar no contexto de desempenho existindo uma adequação mais aproximada do dia-a dia, permitindo que os profissionais tenham um contacto directo e aprofundado com a família e os cuidadores. Relativamente a este último ponto, podem igualmente ser fornecidas estratégias que ajudem a facilitar e dar continuidade ao processo de reabilitação. 

Este programa é sempre individualizado e pode ser realizado por vários profissionais de saúde habilitados.  Geralmente tem como objectivos a manutenção da amplitude articular, o ganho de força, o treino de equilibrio e marcha, a gestão/conservação de energia para que possa melhorar a tolerância ao esforço. Qualquer pessoa após avaliação médica pode beneficiar deste tipo de programa. A duração é variável e avaliada periodicamente no entanto, para ganhos efectivos são habitualmente necessários entre 1 a 3 meses, com a frequência de pelo menos duas vezes por semana. Não deve ser descurada a orientação nutricional, muitas vezes exigindo reforço proteico. 

Na Mais Domus estamos atentos a esta problemática e dispomos de profissionais na área de reabilitação para o ajudar! Continuamos a querer garantir a excelência de cuidados no conforto do seu lar. 

Reabilitação após-internamento